segunda-feira, 5 de março de 2012

População está insatisfeita com serviço do transporte coletivo de Feira de Santana

Andréa Trindade

O transporte coletivo de Feira de Santana sempre foi alvo de muitas reclamações. Apesar das ações da prefeitura de renovação de frota,que atualmente conta com mais de 200 ônibus e a implantação em 2005 do Sistema Integrado de Transporte (Sit), a população continua insatisfeita.
Em uma semana mais de 2.500 pessoas votaram na enquete do site Acorda Cidade que perguntava sobre o serviço de transporte coletivo e a maioria, 2.197 participantes, que representa 85,62% dos votos, afirmou não estar satisfeita com o serviço.
Apenas 5,92% dos votos, isto é, 152 pessoas, disseram estar satisfeitas com transporte coletivo na cidade e 217 pessoas (8,46%) responderam que não utilizar o serviço.
 O usuário paga atualmente R$ 2,35 para usar o serviço, que em vez de oferecer conforto tranquilidade e pontualidade durante o percurso, proporciona momentos de aborrecimento.


Foto: Ney Silva/Acorda Cidade


Tudo começa com a longa espera nos pontos de ônibus. A maioria não tem abrigo adequado para a população,que fica exposta a sol e chuva. Com o passar dos minutos tão importante para a pontualidade do estudante e do trabalhador, o número de pessoas e espera da condução vai aumentado e quando finalmente o ônibus surge, oveículo é rapidamente lotado.
Para uma estudante da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), que não quis se identificar, o problema da superlotação poderia ser resolvido se os horários fossem melhor distribuídos e se não houvesse tantos atrasos.
“O ônibus demora de passar, com isso vai acumulando gente nos pontos e todos os dias eu passo pelos mesmos transtornos para ir a universidade. No trajeto além do barulho de celular e conversas, há sujeira e a má recepção de alguns motoristas, às vezes mal humorado, às vezes apático ao problema de quem não sabe que ônibus pegar para chegar ao destino”, informa.

“A superlotação e os atrasos revelam que a quantidade de ônibus não são suficientes, além disso, a distribuição de ônibus novos nos bairros parecem não seguir um estudo aprofundado para identificar a localidade que realmente necessita de mais um veículo. Há bairros que possuem mais de quatro ônibus, enquanto outros têm apenas um”, observa a colega da estudante.

Depoimentos


Foto: Romeu Leite/Leitor do site Acorda Cidade

Outros pontos que são alvos de reclamação são os estados de conservação dos ônibus e o serviço das vans alimentadores que transportam passageiros até os terminais Norte e Sul. O portal Acorda Cidade recolheu alguns depoimentos enviados pelos leitores via e-mail que revelam a insatisfação da população.
“O transporte coletivo em nossa cidade, necessita urgentemente de melhorias, não é de se espantar que na enquete proposta no site Acorda Cidade mais de 80% dos participantes dizem não estar satisfeitos com esse serviço. Ontem ao final da tarde, ao chegar ao Terminal Central, fui pegar o ônibus de linha Mangabeira AvIguatemi e o veiculo estava extremamente lotado. Tive que ir literalmente na porta, até porque não podia esperar o próximo uma vez que demora quase uma hora. Os passageiros estavam espremidos, havia gestantes em pé e uma criança chegou a ficar presa na porta quando o ônibus parou no ponto do Feira Tênis Clube, num calor infernal. Já vai fazer um ano que a passagem aumentou para o atual valor e não temos nenhuma ou poucas melhorias, a forma como nós passageiros somos tratados é inaceitável e desumano, nós que pagamos caro para usufruir desse serviço”, desabafou o usuário de transporte Romeu Leite.


Foto: Leitor Romeu Leite

“Ontem quando eu voltava da faculdade fui para o transbordo pegar um ônibus para Santa Mônica I, peguei o ônibus Santa Mônica Subaé, sai do transbordo ás 23h06 e quando pedi o ponto na entrada da rua Bruxelas, mas ele não parou e eu apenas falei: “o ponto”, e ele não ligou. Puxei de novo e notei que ele tinha feito de propósito e ainda escutei uma expressão com xingamento”, relatou a leitora do site, que se identificou  Edmara.
Para Mila Mendes Brandão, usar o transporte para ir ao bairro Papagaio é um constrangimento. Ela conta que existem apenas duas vans de transporte gratuito que leva os moradores ao terminal.“Nas vans só é possível levar nove pessoas e a gente fica mais de duas horas esperando, sem falar da falta de educação de alguns motoristas que tratam mal os idosos que já estão há muito tempo esperando”, desabafa.
A estudante do Colégio Assis Chateaubriand, Izabel Souza, disse que depende do ônibus Uefs/ Via Sobradinho para chegar à escola. Segundo ela, o ônibus sempre atrasa e já houve vezes em que foi preciso pegar um mototáxi, porque simplesmente o ônibus não passou.
“Demora horas para passar e isso está nos prejudicando perante a escola, porque sempre chegamos atrasados para a aula. Isso ocorre com freqüência. Isso é um desrespeito para com os alunos e passageiros em geral, que dependem desta linha de transporte para poder chegar ao seu destino”, reclama.
O ouvinte do Acorda Cidade, Lucas Jesus de Souza, disse que também depende todos os dias dependo do transporte público e também tem muito do que reclamar: “Venho presenciando um verdadeiro descaso com os feirenses que dependem do CIS/Tomba. Todos os dias pela manhã quando vou pegar o ônibus, além de mofar no ponto para pegar a van alimentadora do CIS, quando chego ao transbordo o ônibus vai tão lotado que maldar para respirar”.
Enilma Ferreira, que usa o transporte coletivo na comunidade Lagoa das Pedras – Aeroporto, disse que os ônibus encontram-se em estado precário de conservação. “Não tem velocímetro, só possui o volante e a machas, além de faltar acentos (bancos). Quando chove o ônibus fica todo molhado devido as pingueiras. Essa é a situação diária que somos obrigados a conviver”, conta a moradora, informando que espera providências da Secretaria de Transporte e Trânsito.
 “Pego ônibus na Maria Quitéria em frente a uma escola. O ponto não tem proteção contra o sol e chuva e nem um lugar para sentar. Ninguém merece ficar sob o sol do meio dia ou na chuva”, relata uma leitora anônima.
Nas redes sociais internautas falam sobre o que mais incomodam no transporte coletivo:













Fonte Acorda Cidade

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