O governador do estado, Jaques Wagner (PT), anunciou nesta segunda-feira (4) uma proposta para retomar as negociações com os professores da rede estadual de ensino, em greve, convocada pela convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), há 55 dias.
O governo se propõe a antecipar os reajustes concedidos a categoria para outubro e abril, garantindo aumento de 22% a 26% até 2013, incluindo os 6,5% e 11,5% que já foram dados. O governador reconheceu que estava recolocando a proposta, o que foi conformado pela APLB.
Segundo a diretora da regional Sertão do sindicato, Marlede Oliveira, disse que o sindicato tem a proposta de parcelar porcentagem estabelecida para o piso nacional, 22,22%, até o final deste ano, já que em 2013, começa a vigorar um novo reajuste para os vencimentos. “Essa proposta do governo já foi rejeitada. Nós não aceitamos reajuste para abril de 2013. Sabemos que em janeiro de 2013 o reajuste será de 20,70% e como vamos negociar o salário para abril do ano que vem, se em 2013 já tem um novo piso. A proposta não é novidade”, disse.
A APLB agendou para esta terça-feira (5) uma assembleia em Salvador e a dirigente sindical disse afirmou que a categoria deve permanecer em greve, caso não haja avanço nas últimas horas. “A nossa proposta é que o restante do que falta para chegar ao piso seja parcelado até dezembro. Vários municípios que não puderam conceder o reajuste de vez, como Feira de Santana, optaram por parcelar, por que o governo do estado não pode?”, protestou.
O governo do estado também declarou que não tem condição de conceder o percentual de 22,22%, devido ao Orçamento não prever este gasto, o que pode ir contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para a sindicalista, o governo gasta com a folha de pagamento dos servidores 44%, quando o limite prudencial prevê 51%. “Nós temos a receita especial que é o FUNDEB. Sabemos o quanto entra, agora o quanto gasta, isto é uma caixa-preta. Não seríamos irresponsáveis de elaborar uma proposta salarial que não estivesse dentro do orçamento”, disse Oliveira.
A categoria realizou nesta segunda-feira mais uma "feira do cacareco". Desta vez, os professores, com os salários do mês de março e abril cortados, arrecadaram fundos com a venda de roupas e outros objetos. A feira foi animada por um trio de forró, pago com recursos do sindicato. “Temos que vim para a rua com animação, já que estamos com os salários cortados. Vamos comemorar, pelo menos, a vida”, declarou a diretora sindical.
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